
Bruno Felisberto afirma ter manuseado arma achando que estava descarregada
Bruno se apresentou à Base Aérea do Cachimbo, no Pará, e informou à polícia sua localização. Uma equipe foi deslocada para buscá-lo e levá-lo à Delegacia de Guarantã do Norte, onde prestou depoimento por cerca de uma hora, acompanhado de seu advogado.
Durante o interrogatório, o médico afirmou que ele e a adolescente estavam no carro, voltando de um passeio e sob efeito de álcool, quando Kethlyn teria pedido para dirigir. Segundo ele, a jovem se sentou em seu colo e, naquele momento, ele manuseou uma arma acreditando que estivesse descarregada, quando ocorreu o disparo acidental.
Apesar de relatar que tentou socorrê-la imediatamente e a levou ao Hospital Nossa Senhora do Rosário, a adolescente não resistiu ao ferimento na cabeça. Profissionais da saúde relataram que Bruno chegou desesperado, implorando para que “salvassem sua menina”. A equipe médica tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos, sem sucesso. Após a confirmação da morte, o médico teria se descontrolado emocionalmente e danificado parte da estrutura do hospital, antes de fugir.
Inicialmente, ele resistiu em revelar o paradeiro da arma, mas acabou levando os investigadores até o local onde a descartou: debaixo de uma ponte, na saída de Guarantã do Norte, rumo ao Pará.
De acordo com o delegado Waner dos Santos Neves, responsável pelo caso, Bruno é investigado por homicídio doloso, uma vez que a perícia apontou que o disparo atingiu a nuca da vítima, atravessando a cabeça de forma incompatível com a hipótese de suicídio levantada pela defesa.
O delegado também confirmou que o médico já havia sido alvo de medida protetiva solicitada por uma ex-companheira em 2022. O inquérito foi instaurado e deve ser concluído em até dez dias.