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Após queda de 50%, setor de motéis aposta em inovação e segurança para driblar a crise

Economia 30/08/2020 11:30

Para o gerente geral do grupo Premiere Hotelaria, Marcos Rogério, que controla os motéis Bonnie and Clyde, Paradise, Hollywood e Premiere, localizados em Cuiabá e Várzea Grande, o setor já estava com uma procura baixa, antes por conta da crise econômica. A pandemia de Covid-19 intensificou a queda entre os meses de maio até o final de junho. 

“Passamos por um dos momentos mais difíceis de toda a história com a pandemia, mas o ramo de hotelaria já estava prejudicado antes, já vínhamos de um processo delicado, devido a questão da economia. O setor foi muito abalado, principalmente pelas decisões do governo que hora fechava, hora abria. Tivemos de suspender os contratos de funcionários, dar férias coletivas, foi um momento muito difícil economicamente e tivemos de fazer demissões”, conta.

Porém, Marcos Rogério notou um reaquecimento nos meses de julho e agosto, que acredita ser pela confiabilidade dos clientes nos serviços prestados. O gerente destaca que o grupo teve um crescimento gradativo na procura, em torno de 60% a 70%, inclusive com aumentos de serviços que antes da pandemia não eram os mais buscados, como pernoite e consumo de pratos no local.

“O ramo de motéis é o lugar mais apropriado e mais seguro, pois não existe aglomeração, a higienização é muito criteriosa, nós apenas aumentamos os protocolos. Os pratos são servidos individualmente nos quartos, cobertos com insufilme, higienizados e sem contato. Mesmo quando abriram os restaurantes, percebemos que agora no segundo semestre de julho começou a melhorar. As pessoas começaram a valorizar a questão da individualidade e segurança, percebemos que está melhorando porque está havendo uma confiabilidade no setor. Tivemos aumento no número de pernoites e pratos servidos nos quartos”, aponta.

Marcos Rogério conta que eles também se adequaram as normas exigidas pelos órgãos de saúde, reforçando as medidas de segurança, como fornecimento de álcool 70% nas suítes. “Tivemos de nos reinventar e readequar, aumentando os protocolos de segurança. A higienização é feita com produtos específicos que matam qualquer tipo de bactéria, além de usarmos desde antes da pandemia o gás de ozônio, que não só mata o coronavírus, mas também qualquer tipo de bactéria”, explica.

Com divulgações em redes sociais e site próprio, as promoções são as mesmas que eles já ofereciam antes da pandemia, o que mudou foi o foco na segurança dos motéis.   

“Nós já temos nas redes sociais as apresentações de tudo que oferecemos. Nesse momento todas as nossas promoções estão dentro daquilo que já vínhamos oferecendo aos nossos clientes. Agregamos a questão da segurança nas divulgações e as promoções, são dentro da nossa realidade hoje, sem loucuras. Notamos que hoje os clientes não procuram valores, mas segurança e qualidade”, finaliza. 

O proprietário do motel Luxury em Várzea Grande, Ricardo Martins, conta que o mês de março, no início da pandemia foi o pior para o setor. “Tivemos uma queda brusca, tivemos pelo menos uma semana no comecinho de março com queda significativa. Os prejuízos vieram, mas em abril teve uma pequena melhora e o setor começou a se pagar. Mas em julho, houve o novo fechamento do comércio, quando tivemos um prejuízo enorme, ainda mais nós que temos uma estrutura física maior com alto custo operacional, contabilizamos prejuízos”, avalia.

Em relação às medidas de higiene, Ricardo diz que não mudou muita coisa no que já era feito anteriormente, sendo acrescidos EPIs aos funcionários e disponibilizados álcool em gel 70% nos quartos.

“Os protocolos do setor moteleiro, os bem organizados, de renome, se preocupam muito com higienização. Tivemos de fazer várias adaptações, mas desde sempre usamos álcool 70% para desinfectar os quartos e utilizamos gás de ozônio, que mata vírus e bactérias, nas suítes e condicionadores de ar a cada uso. O que mudou é que essa higiene se tornou mais incisiva, com a desinfecção de maçanetas, máquinas de cartão, aparelhos telefônicos. Os EPIs dos funcionários, que já utilizavam, tiverem o acréscimo de máscaras, luvas, viseira (face shield) e passamos a disponibilizar dispensadores de álcool em gel nas suítes”, conta.

“O motel hoje é uma opção de lazer muito atrativa e segura, por ser um ambiente totalmente higienizado, por oferecer serviços de restaurante, no nosso os pratos são do Buffet Leila Malouf. A procura está sendo grande por causa disso. Em relação a recuperação do movimento, ele gradativamente voltou ao normal e agosto está sendo um excelente mês. Existem promoções no setor, mas não vejo algo voltado para atrair clientes, até pelo prejuízo que o setor teve nos últimos meses, fora os investimentos que foram necessários para cumprir os protocolos”, finaliza.

Fechamentos no setor

Segundo o Sindicato Intermunicipal dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Mato Grosso (SHRBS-MT), não há informações sobre estabelecimentos fechados por causa da pandemia, no entanto assessoria informou que estão fazendo um levantamento junto aos associados e somente na próxima quarta-feira (02) eles terão os dados oficiais para divulgação.

O que se tem de informação até o momento é que houve uma queda de aproximadamente 50% no movimento. E o número de dispensas foi baixo, em razão dos programas para manutenção de emprego e renda disponibilizados pelo Governo Federal.


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