Na segunda (26), a juíza Renata do Carmo Evaristo Parreira já havia negado liberdade ao empresário envolvido na confusão em frente à boate Nuun.
Na ocasião, a magistrada converteu a prisão de Michael Bruno de prisão em flagrante para prisão preventiva, sob argumentação de que o empresário tem antecedentes criminais envolvendo delito de violência doméstica e familiar, não sendo recomendada a soltura sem a conclusão do inquérito policial.
Ao desembargador Paulo da Cunha, a defesa argumentou que as acusações anteriores contra o ex-mister foram arquivadas, de modo que ele teria "bons predicados".
O magistrado, no entanto, ressaltou que o habeas corpus enseja necessidade urgente, o que não seria o caso de Michael, já que não há constrangimento ilegal indiscutível, segundo o entendimento do desembargador.
Para Paulo da Cunha, a hipótese de legítima defesa carece de elemento comprobatório e a gravidade da conduta justifica a medida de prisão preventiva.
"Logo, a princípio, não visualizo manifesta ilegalidade, de modo que o exame aprofundado das questões deduzidas na inicial deverá ser postergado ao julgamento de mérito, após as informações e manifestação da PGJ", concluiu o desembargador ao negar o pedido.
O caso
O ex-mister Turismo Cuiabá foi acusado por seis crimes, após disparar uma arma de fogo contra sua esposa e um policial militar. O empresário tomou a arma do oficial, após uma discussão à respeito de uma confusão entre os carros dos envolvidos, que são iguais.
Durante o desentendimento, o empresário deu socos no PM que caiu. Após a queda, o militar, identificado como Emanuel, sacou a arma, mas Michel tomou a pistola do policial e atirou na direção do agente.
Os tiros acertaram a mão do policial e o braço da esposa do empresário. Após as vítimas serem baleadas, um bombeiro militar que estava no local se aproximou do suspeito e gritou: “parado! polícia, polícia!”.
Na sequência, Michel jogou a arma e foi para cima do bombeiro. Para se defender, o agente desferiu um soco no nariz do empresário.
Quando finalmente foi detido, o ex-mister gravou dois vídeos no camburão da viatura da Polícia Militar acusando policiais militares de tortura.
O empresário afirma ainda que os militares atiraram nele e o deixaram no camburão da viatura para que ele morresse. No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, no entanto, não há a informação que o empresário foi baleado.