Vídeos obtido pela reportagem, mostram a adolescente de 14 anos, investigada por ter assassinado Isabele Guimarães Ramos, também de 14 anos, empunhando uma arma dentro do seu quarto, no condomínio de luxo Alphaville I, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá. As imagens, segundo informações, estão nos autos da investigação da morte da jovem e são investigadas pela Polícia Civil.
Nas gravações a jovem aparece com um coldre na cintura. É possível ver o momento em que ela tira a arma do objeto e aponta para um lugar ainda não identificado. Especialistas ressaltam que a performance é semelhante às utilizadas em tiros esportivos, a qual jovem praticava.
A adolescente era filiada à Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT) há pelo menos três anos e praticava tiro esportivo. Ela teria iniciado no esporte pela influência do seu pai, o empresário Marcelo Martins Cestari, de 46 anos.
As condutas de ambos são investigadas pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e Delegacia Especializada dos Direitos e Defesa da Criança e Adolescente (Deddica) na morte de Isabele. A vítima foi morta no dia 12 de julho, no condomínio de luxo.
Dois dias depois (14 de julho), a investigada prestou depoimento ao delegado Olímpio da Cunha Fernandes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que à época investigava o crime.
À autoridade policial, a jovem afirmou que o case, onde ela carregava duas armas, caiu e uma delas ficou fora da maleta. Na sequência, ela disse ter pego uma das armas na mão e a pistola calibre 380 disparou e atingiu a cabeça de Isabele.
No início de agosto, o laudo de criminalística realizado pela Diretoria Metropolitana de Criminalística da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que o tiro que não foi acidental. De acordo com o parecer, o tiro aconteceu em uma altura de 1,44 metros do chão com alinhamento horizontal e a uma distância entre 20 e 30 centímetros do rosto da vítima.
“Conforme os laudos e pela matemática, um disparo acidental foi descartado. A versão dela é incompatível com a ciência e com os autos. Diante disso, é descartável a versão culposa. Os indícios apontam dolo”, explicou o promotor.
Investigações
Com os laudos e com os mais de 20 depoimentos colhidos, o delegado Wagner Bassi da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), que preside as investigações, aguarda o parecer da reconstituição do caso para finalizar o inquérito policial (IP).
O MPMT investiga paralelamente o caso. Caso for de seu entendimento, o órgão poderá pedir o internamento da investigada.
Veja os vídeos