Eles valem ouro – e agora podem se orgulhar de ser os melhores atletas olímpicos do Brasil em 2012. Sheilla, oposto da seleção brasileira de vôlei feminino, e o ginasta Arthur Zanetti foram os vencedores, nesta terça-feira, do Prêmio Brasil Olímpico, em votação promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), pela internet. Ambos foram medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres.
Sheilla foi a principal craque da equipe, com destaque especialmente na virada sobre a Rússia, nas quartas de final, quando evitou seis match-points da equipe adversária. Ela concorreu com Sarah Menezes, medalha de ouro no judô, e Yane Marques, bronze no pentatlo moderno.
- Estou muito feliz de ter ganho esse prêmio. Gostaria de compartilhar com todas as jogadoras que estiveram comigo dentro de quadra, pois o vôlei é um esporte coletivo. Quero dedicar o prêmio a minha avó – disse Sheilla.
Arthur Zanetti fez história. Vencedor nas argolas, foi o primeiro brasileiro a ganhar um ouro olímpico na ginástica artística. No Prêmio Brasil Olímpico, superou o nadador Thiago Pereira e o boxeador Esquiva Falcão.
- Quero agradecer aos meus familiares e à minha equipe, pois sem eles não teria sido possível chegar lá. Agradeço também aos meus patrocinadores – afirmou Zanetti, cuja diferença de altura para Sheilla – 1,56m e 1,85m – chamou a atenção no palco.
A noite de festa no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, já foi voltada aos Jogos Olímpicos de 2016, na Cidade Maravilhosa, mas também celebrou o passado, com homenagem a Hortência, que se emocionou ao receber o prêmio Adhemar Ferreira da Silva.
A cerimônia
A cerimônia começou com imagens de Londres, resgatando a participação brasileira nos Jogos de 2012. Em seguida, parte dos mais recentes medalhistas foi ao palco para acompanhar o hino nacional. Emanuel, do vôlei de praia, dono de três medalhas olímpicas, representou os colegas e homenageou a judoca Sarah Menezes, ouro na categoria até 48kg. Ele acompanhou a conquista dela na Vila Olímpica. E se emocionou.
- É uma honra representar esses campeões. Todos fizeram seu papel muito bem feito. Homenagem, para mim, é finalizar esse processo olímpico. Tudo para mim é um começo. Sabemos as dificuldades de se preparar para uma Olimpíada. (…) Acompanhei a luta da nossa grande Sarah. Em cinco minutos, ela me fez esquecer que eu era um atleta olímpico e lembrei que era um brasileiro. Tirei essa armadura de atleta. Ela me motivou a fazer meu melhor. Temos que dar exemplos positivos. Fiquei emocionado com sua medalha, Sarah. Muito obrigado – disse o jogador.
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador do Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, saudou os atletas antes de a cerimônia dar destaque a uma encenação que serve de passagem de ciclo olímpico de Londres para o Brasil. O músico Pedro Luiz cantou “E vamos à luta”, de Gonzaguinha. Em seguida, foram ao palco os atletas destacados como melhores do ano em cada modalidade – anunciados por cidadãos brasileiros de variadas áreas de atuação.
Ganharam destaque dois treinadores responsáveis por conquistas expressivas do esporte brasileiro em 2012: José Roberto Guimarães, campeão com a seleção feminina de vôlei, e Marcos Goto, que fez a preparação de Arhur Zanetti. Eles foram eleitos os melhores técnicos do ano. Goto recebeu o troféu das mãos de seu pupilo, e Zé Roberto ganhou a homenagem de Sheilla.
Lembrança a Nelson Prudêncio e homenagem a Hortência
A festividade lembrou a recente perda de Nelson Prudêncio, que morreu no mês passado, aos 68 anos. O triplista foi medalha de prata nos Jogos Olímpico de 1968, na Cidade do México. Ele foi o primeiro a receber o prêmio Adhemar Ferreira da Silva, homenagem que nesta terça-feira, pelo conjunto da obra, foi oferecida a Hortência.
A rainha do basquete brasileiro se emocionou ao receber o prêmio. Ela chorou e, ao falar, se direcionou aos filhos, presentes na cerimônia.
- Fazia muito tempo que eu não sentia essa emoção. Já tinha esquecido. Meus filhos, que estão aqui, não me viram jogar, infelizmente, mas viram a mãe deles receber um prêmio tão importante. Para chegar até aqui, é preciso ralar muito – disse Hortência.
A noite terminou com uma apresentação da cantora Sandra de Sá. Ela cantou “Do Leme ao Pontal”, música de Tim Maia em homenagem ao Rio de Janeiro.
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