Gaza e as comunidades israelenses adjacentes à faixa viveram sua primeira noite de absoluta calmaria nos últimos oito dias, após a trégua pactuada entre Israel e as milícias palestinas.
Um porta-voz militar israelense confirmou à agência Efe que desde que a trégua entrou em vigor, às 21h locais (15h de Brasília), “não houve nenhuma atividade das Forças de Defesa de Israel em Gaza”.
Segundo esse porta-voz do Exército, as milícias palestinas, no entanto, “lançaram cinco foguetes entre 21h e 0h”.
“Três foguetes atingiram território israelense e dois foram interceptados pelo sistema antimísseis Domo de Ferro”, indicou.
As milícias não lançaram nenhum outro projétil depois de 0h, confirmou o porta-voz.
Na Cidade de Gaza não se escuta nesta quinta-feira o constante sobrevoo de aviões israelenses não tripulados, permanente sobre a faixa desde o início da ofensiva lançada por Israel, em 15 de novembro.
Nessa última escalada de violência, o balanço de vítimas fatais é de 162 palestinos e cinco israelenses, além de 1.300 palestinos e 50 israelenses feridos.
CESSAR-FOGO
O cessar-fogo entre o Exército de Israel e as milícias palestinas que atuam na faixa de Gaza começou a valer às 21h desta quarta (17h no horário de Brasília).
O Exército de Israel lançou a operação Pilar de Defesa na quarta-feira passada (14), sob a justificativa de pôr fim aos ataques de foguetes palestinos, a partir de Gaza, contra o território israelense. Do lado palestino, ao menos 147 morreram. Do lado israelense foram cinco, sendo um militar.
O confronto marcou a primeira vez em que os foguetes palestinos ameaçaram Tel Aviv, a capital israelense, e a histórica Jerusalém. Horas antes do anúncio do cessar-fogo, um ônibus sofreu um ataque a bomba, na área central de Tel Aviv. Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas. Tel Aviv não sofria um atentado desde abril de 2006, quando um homem-bomba palestino matou 11 pessoas em um terminal de ônibus.
No Twitter, o movimento radical islâmico Hamas, que governa Gaza, comemorou o atentado, mas não falou sobre a autoria.
COMEMORAÇÃO
Centenas de palestinos foram às ruas da Cidade de Gaza na quarta-feira (21) para comemorar o cessar-fogo entre os militantes que atuam no território e o Exército de Israel.
Em Gaza, as pessoas foram às ruas de carro, moto e a pé para comemorar a pausa. “Allahu akbar [Alá é grande, em árabe], o querido povo de Gaza venceu”, exclamavam os alto-falantes de mesquitas de Gaza. “Vocês quebraram a arrogância dos judeus.” Tiros de comemoração e fogos de artifício podiam ser ouvidos.
Os líderes do movimento radical islâmico Hamas, que controla Gaza, consideraram o cessar-fogo um trunfo da resistência. Do Cairo, o líder exilado do grupo, Khaled Meshaal, afirmou que cumprirá com a trégua na medida em que Israel o fizer. Em Jerusalém, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse que, caso o cessar-fogo falhe, haverá “ação militar mais severa”.
“Sei que há quem espere uma resposta militar mais intensa, e isso talvez seja necessário, mas, a essa altura, a melhor opção para Israel é aproveitar a oportunidade de alcançar um cessar-fogo de longo prazo”, afirmou Netanyahu.
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